Qualquer torcedor, independentemente do time do coração, que pegasse a tabela da Copa do Brasil no início do ano, dificilmente acertaria o campeão da Edição de 2012 do torneio.
Porém, a graça do futebol é essa. Pelo menos no Brasil. Nunca começa-se um campeonato com absoluta certeza de que A ou B será o vencedor, como acontece em países como Itália, Alemanha, Espanha ou Inglaterra, em 90% das vezes.
Dizer que o Palmeiras não teve nenhum adversário com jogadores a altura, pois os seis "melhores brasileiros" de 2011, Santos, Corinthians, Inter, Flamengo, Vasco e Fluminense estavam disputando outra competição é até certo ponto injustiça. Mas, dizer que o Palmeiras foi campeão invicto de um campeonato dificílimo, aí é um certo exagero.
Em sua trajetória, os adversários mais temidos acabaram se tornando os mais fáceis. E, os enredos foram dignos de filme de cinema. Após passar facilmente por Coruripe, Horizonte, Paraná e Atlético-PR, nas semifinais e finais era hora de ser realmente testado.
A receita do sucesso alviverde foi usada duas vezes com muito capricho. Vitória na partida de ida por 2x0 e empate no jogo de volta, em 1x1. A única diferença, além dos adversários é claro, foi o mando de campo.
Na semifinal contra o Grêmio, o time de Luis Felipe Scolari fez o que ninguém em sã consciência acreditaria. Bateu o Tricolor Gaúcho por 2x0 e calou o Estádio Olímpico. Como se estivesse predestinado, o time paulista fez dois gols importantíssimos no últimos 10 minutos do duelo de ida.
Na partida de volta, o que se viu foi o Grêmio tomar a atitude, como se fosse o mandante do duelo, e o Palmeiras jogar na defesa, esperando o adversário. Resultado: 1x1, após o Tricolor abrir o placar e levar o empate logo em seguida, tomando uma ducha de água fria.
Na semifinal, os Deuses do futebol estiveram ao lado do Palmeiras. O time apresentou um futebol muito mediano na partida de ida, para não dizer fraco, sentindo demais as ausências de Barcos (recém operado) e Henrique (suspenso no jogo anterior). Coube a dupla Assunção-Valdívia decidir.
O Coritiba era muito mais time, criava ótima chances de abrir o placar na Arena Barueri. E o que aconteceu? Pênalti para o Palmeiras. Quem não faz, toma. E Valdívia fez. Sim, essa máxima sempre será válida no esporte bretão. No segundo tempo, o golpe final veio com Thiago Heleno, selando a vitória sem sofrer gols em casa.
A euforia já tomava conta do torcedor, que foi para Curitiba com muita confiança no título. Após 45 minutos muito tensos no Couto Pereira, onde o Palmeiras teve as melhores chances de abrir o placar, na segunda etapa a equipe de Felipão voltou mais fechada do que na etapa anterior prevendo a pressão dos paranaenses.
Lembra-se do enredo descrito na partida de volta das semifinais em Barueri? Pois bem, ele se repetiu. O Coritiba abriu o placar, parecendo que o barco do Palmeiras iria afundar. Porém, poucos minutos depois o Verdão empatou. E, com um gol do fraco Betinho que, sinceramente, não tem futebol para vestir a camisa do clube de Palestra Itália.
Fim de jogo, 1x1, Palmeiras campeão pela segunda vez da Copa do Brasil, dessa vez de forma invicta, quebrando um jejum de 13 anos sem conquistar um título de expressão. O último havia sido a Copa Libertadores de 1999, também com o técnico Felipe Scolari.
Após um dia de festas, até um pouco exagerada com direito a desfile em carro aberto, é hora do Palmeiras voltar a realidade. O título veio, mas com uma direção totalmente falha, conturbada e confusa, o que deixa a certeza de que o futuro ainda é muito incerto. Que o clube volte aos tempos de glória e não fique abraçado em um título até o momento se mostra isolado e "oportunista".
quinta-feira, 12 de julho de 2012
terça-feira, 10 de julho de 2012
Corinthians campeão da Libertadores 2012
Sabias foram as palavras de Andrés Sanches, não sei ao certo em qual ano, mas acredito que em 2011, de que "participando todo ano, uma hora o Corinthians será campeão da Libertadores". Parece até que o ex-presidente do Timão sabia que, cedo ou tarde, isso iria acontecer.
O grande segredo do clube para garantir esse título foi manter a base campeã de 2011. O clube não trouxe nenhum nome de peso, como muitos imaginavam. A melhor atitude que tomou, aliás, foi de mandar embora o peso morto chamado Adriano. Isso valeu mais do que qualquer contratação.
Aos poucos a equipe de EmpaTite (assim que os torcedores chamavam) foi pegando cara durante a temporada. Os jogadores foram se achando e o time foi sendo montado naturalmente. Mesmo sem um 9, que neste caso seria Liédson, o Corinthians se encontrou com um time sem craques, mas com muita entrega. Nome como o de Danilo, muito criticado no começo de 2011 pela torcida, foi essencial para a conquista. A segunda na carreira do meia.
Assim, com uma campanha perfeita, onde venceu 8 jogos e empatou 6, o Corinthians entrou para o seleto grupo de times brasileiros campeões da Libertadores. Juntou-se a Vasco, Palmeiras e Flamengo, todos com um título cada, que acompanhados de Internacional, Grêmio e Cruzeiro, com dois títulos, e São Paulo e Santos, tricampeões da América, formam a verdadeira elite do nosso futebol.
A campanha do Alvinegro foi uma das melhores dos últimos 10 anos, com 71,45% de aproveitamento, ficando atrás apenas do São Paulo, campeão de 2005, que teve 73,80% e do Boca Juniors, campeão de 2003, com invejáveis 76,91%.
Alguns momentos são destacáveis, que eu gostaria de deixá-los registrados neste texto. Esquecendo um pouco a fase de grupos, que não serve de parâmetro, durante o mata-mata o Timão adotou sempre a mesma postura até um título. Passou por todos os adversários empatando (geralmente fora de casa) e vencendo, 75% das vezes em casa. A única exceção foi no duelo contra o Peixe em que inverteu-se os resultados.
Contra o Emelec, na volta das oitavas-de-final, após abrir a porteira o Corinthians aumentou o placar: resultado final, 3x0. No duelo seguinte contra o Vasco da Gama, um dos momentos que foram marcantes para o time. No jogo de volta., após o 0x0 da partida de ida, tudo caminhava para decisão por pênaltis.
A história poderia ser mudada por um jogador, que em outras circunstâncias dificilmente faria o que fez: Diego Souza, faltando cerca de 15 a 20 minutos para o término da partida, perdeu um gol histórico. Cara a cara com o goleiro Cássio, o meia vascaíno chutou mal, para a ótima defesa do porteiro do Timão. Poucos minutos do fim, Paulinho fez de cabeça o gol da classificação, levando o Pacaembu ao delírio.
No duelo seguinte, digno de final de campeonato, o Corinthians enfrentaria o Santos em sua pior fase dos últimos anos. No jogo de ida, o atacante Émerson mostrou ter estrela. Fez um belíssimo gol no primeiro tempo, que aumentou muito as chances do Timão se classificar. Na volta, o Santos saiu na frente, tomou o empate com Danilo e não soube reagir. 1x1 que classificou o time da capital.
Na decisão, nada menos que o "Rei de Copas" Boca Juniors, 6 vezes campeão da Libertadores. No primeiro jogo não precisei de mais de 25 minutos para perceber a fragilidade do time argentino. Apenas dois jogadores eram acima da média: o camisa 11 Walter Erviti e o legendário Juan Roman Riquelme. De resto, um time de medíocre para fraco.
Já no jogo de ida acredito que o título se decidiu com uma estrela chamada Romarinho. O jovem atacante fez sua estreia em Libertadores no fim da partida, quando o Boca vencia por 1x0. Ao fazer o gol de empate e calar a Bombonera, o Corinthians praticamente colocou a mão na taça.
O time argentino saberia jogar muito bem em São Paulo se tivesse a vantagem mínima. Porém, precisando de uma vitória para ser campeão, o estilo de jogo do Corinthians foi mais bem sucedido. Com dois gols de Emerson em duas jogadas de MUITO oportunismo, o Corinthians se sagrou pela primeira vez em sua história campeão da Copa Libertadores, depois de 53 anos de espera.
Agora é esperar o mundial e ver o que o time paulista terá pela frente. O provável adversário da final será o Chelsea, de técnico novo, atacante novo, ou seja, sem a base campeã da Champions League. Boa (boa?) sorte ao clube de Parque São Jorge.
O grande segredo do clube para garantir esse título foi manter a base campeã de 2011. O clube não trouxe nenhum nome de peso, como muitos imaginavam. A melhor atitude que tomou, aliás, foi de mandar embora o peso morto chamado Adriano. Isso valeu mais do que qualquer contratação.
Aos poucos a equipe de EmpaTite (assim que os torcedores chamavam) foi pegando cara durante a temporada. Os jogadores foram se achando e o time foi sendo montado naturalmente. Mesmo sem um 9, que neste caso seria Liédson, o Corinthians se encontrou com um time sem craques, mas com muita entrega. Nome como o de Danilo, muito criticado no começo de 2011 pela torcida, foi essencial para a conquista. A segunda na carreira do meia.
Assim, com uma campanha perfeita, onde venceu 8 jogos e empatou 6, o Corinthians entrou para o seleto grupo de times brasileiros campeões da Libertadores. Juntou-se a Vasco, Palmeiras e Flamengo, todos com um título cada, que acompanhados de Internacional, Grêmio e Cruzeiro, com dois títulos, e São Paulo e Santos, tricampeões da América, formam a verdadeira elite do nosso futebol.
A campanha do Alvinegro foi uma das melhores dos últimos 10 anos, com 71,45% de aproveitamento, ficando atrás apenas do São Paulo, campeão de 2005, que teve 73,80% e do Boca Juniors, campeão de 2003, com invejáveis 76,91%.
Alguns momentos são destacáveis, que eu gostaria de deixá-los registrados neste texto. Esquecendo um pouco a fase de grupos, que não serve de parâmetro, durante o mata-mata o Timão adotou sempre a mesma postura até um título. Passou por todos os adversários empatando (geralmente fora de casa) e vencendo, 75% das vezes em casa. A única exceção foi no duelo contra o Peixe em que inverteu-se os resultados.
Contra o Emelec, na volta das oitavas-de-final, após abrir a porteira o Corinthians aumentou o placar: resultado final, 3x0. No duelo seguinte contra o Vasco da Gama, um dos momentos que foram marcantes para o time. No jogo de volta., após o 0x0 da partida de ida, tudo caminhava para decisão por pênaltis.
A história poderia ser mudada por um jogador, que em outras circunstâncias dificilmente faria o que fez: Diego Souza, faltando cerca de 15 a 20 minutos para o término da partida, perdeu um gol histórico. Cara a cara com o goleiro Cássio, o meia vascaíno chutou mal, para a ótima defesa do porteiro do Timão. Poucos minutos do fim, Paulinho fez de cabeça o gol da classificação, levando o Pacaembu ao delírio.
No duelo seguinte, digno de final de campeonato, o Corinthians enfrentaria o Santos em sua pior fase dos últimos anos. No jogo de ida, o atacante Émerson mostrou ter estrela. Fez um belíssimo gol no primeiro tempo, que aumentou muito as chances do Timão se classificar. Na volta, o Santos saiu na frente, tomou o empate com Danilo e não soube reagir. 1x1 que classificou o time da capital.
Na decisão, nada menos que o "Rei de Copas" Boca Juniors, 6 vezes campeão da Libertadores. No primeiro jogo não precisei de mais de 25 minutos para perceber a fragilidade do time argentino. Apenas dois jogadores eram acima da média: o camisa 11 Walter Erviti e o legendário Juan Roman Riquelme. De resto, um time de medíocre para fraco.
Já no jogo de ida acredito que o título se decidiu com uma estrela chamada Romarinho. O jovem atacante fez sua estreia em Libertadores no fim da partida, quando o Boca vencia por 1x0. Ao fazer o gol de empate e calar a Bombonera, o Corinthians praticamente colocou a mão na taça.
O time argentino saberia jogar muito bem em São Paulo se tivesse a vantagem mínima. Porém, precisando de uma vitória para ser campeão, o estilo de jogo do Corinthians foi mais bem sucedido. Com dois gols de Emerson em duas jogadas de MUITO oportunismo, o Corinthians se sagrou pela primeira vez em sua história campeão da Copa Libertadores, depois de 53 anos de espera.
Agora é esperar o mundial e ver o que o time paulista terá pela frente. O provável adversário da final será o Chelsea, de técnico novo, atacante novo, ou seja, sem a base campeã da Champions League. Boa (boa?) sorte ao clube de Parque São Jorge.
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