quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Com Pacaembu quase vazio, Corinthians vence o Millonarios sem dificuldades

"Um jogo treino de luxo". Com essa frase bem colocada, o ex-jogador Vampeta, comentarista da Rede Globo no jogo desta quarta-feira, entre Corinthians e Millonarios (vitória do Timão por 2 a 0), resumiu perfeitamente o que foi visto no estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu.

Além das pessoas que foram ao estádio a trabalho, apenas 4 torcedores (de 9 no total) assistiram a partida, após conseguirem através da Justiça o direito de assistir ao duelo, válido pela 2ª rodada do grupo 5 da Fase de Grupos da Taça Libertadores, contrariando a decisão da Conmebol de que o jogo deveria ser realizado sem a presença de público.

O JOGO
Em nenhum momento da partida o time colombiano chegou a assustar o goleiro Cássio, que foi um mero espectador. As ações dos visitantes se resumiam a tentar tocar a bola quando tinham a posse dela, com certa qualidade, e correr muito na marcação atrás do Corinthians, que tem um time infinitamente melhor.

Logo no primeiro tempo o Corinthians precisou de pouco mais de 10 minutos para abrir o placar, com o atacante Guerrero, para em seguida criar mais chances, ao passo que administrava o resultado. Se finalizasse melhor, poderia ter aumentado para 3 a 0 facilmente antes do término dos 45 minutos iniciais.

Na segunda etapa, o Corinthians repetiu o antidoto. Fez um gol rápido, com o atacante Alexandre Pato, e apenas administrou o resultado. De fato foi um silencioso treino de luxo.

Com a vitória, o Timão, agora com 4 pontos, diminui a vantagem para o líder Tijuana, que se encontra até o momento com 100% de aproveitamento, duas vitórias, com 6 pontos. O Millonarios segue sem pontuar, enquanto o San José, da Bolívia, tem apenas 1 ponto conquistado.

Assim, fica muito claro que Corinthians e Tijuana brigarão pela liderança do grupo. A vantagem no momento é dos mexicanos, porém não é nada impossível que o Corinthians vença o rival nos próximo dois duelos,  um no México (6.3) e o seguinte em São Paulo (13.3), se colocando na posição de favorito no grupo.


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Minha primeira ida sozinho a um estádio de futebol

Ainda bastante incomodado com a história do jovem boliviano de 14 anos, Kevin Douglas Beltran Espada, morto com um tiro de sinalizador naval atingindo seu rosto após esta "arma" ser disparada por um torcedor do Corinthians, dentro do estádio do San José, em Oruro, Bolívia, comecei a relembrar o meu primeiro jogo sozinho em um estádio de futebol.

Diferentemente de Kevin, que percorreu 230 km para assistir sua primeira partida em um campo de futebol acompanhado de amigos e responsáveis, o primeiro jogo que me recordo de ter ido sozinho foi aos 12 anos de idade, porém na rua de casa. Nascido em Belo Horizonte, mas criado na Rua Turiassu, em São Paulo, a 500 metros do estádio Palestra Itália, no ano de 2000 foi a primeira vez que meu pai me autorizou a ir ao estádio só.

Daquele dia em diante, só fui cair na estrada pela primeira vez sozinho já em 2009, aos 21 anos de idade. Muito tempo depois da primeira partida do lado de casa, dessa vez eu ia conhecer o gigante Maracanã. Tomei um ônibus na Rodoviária do Tietê na manhã daquele dia 10 de outubro, feriado de Nossa Senhora de Aparecida, e parti rumo a Cidade Maravilhosa.

Já tinha meus 21 anos e fui com bastante receio, e também muito contra vontade de meu pai, que nos tempos de jovem cansou de viajar a Belo Horizonte para assistir o Cruzeiro de Tostão jogar, ou ao Maracanã assistir Zico e cia. Até hoje, já tenho 25 anos, qualquer frase que eu falo para o velho "acho que vou para Curitiba" ou "acho que vou para Porto Alegre" acredito que meu pai perde uns fios a mais de cabelo.

Voltando a história, a partida escolhida foi simplesmente uma final de Copa Mercosul. Nos anos de 1998, 1999 fui em muitas partidas do Palmeiras, umas por esse mesmo torneio continental, vencido pelo Verdão dois anos antes, outras por campeonatos como Paulista, Brasileiro e Copa do Brasil. Era do lado de casa. Ingresso nunca foi problema, tempo também nunca me faltou. Era só atravessar a Av. Pompéia e caminhar 300 metros.

Era dia 20 de dezembro de 2000. Convenci o velho a me deixar ir ao jogo. Setor muito bem escolhido: torcida do Vasco. Em Minas Gerais e São Paulo sempre tive times de preferência, mas no Rio de Janeiro já tive simpatia pela maioria, mas acredito que pela rivalidade com o Estado de São Paulo, nunca cheguei a torcer pela vitória de algum com muita vontade.

Encolhidos no cantinho do Parque Antártica, no espaço dos visitantes que ficava bem próximo ao conjunto aquático, no primeiro tempo assisti o Palmeiras fazer 3x0. Curiosamente, todos os três gols do lado oposto de onde eu estava. Confesso que para o visitante, ali a visão é péssima. Arce, Magrão e Tuta marcaram para o time da casa.

No intervalo o que se via era a torcida do Vasco desolada. Já aceitando a derrota, que daria ao Palmeiras o bicampeonato do torneio. Porém, o inacreditável aconteceu. O Vasco viraria a partida, com 3 gols do baixinho Romário e um do também baixinho Juninho Paulista. De novo todos os gols seriam marcados ao lado aposto de onde eu estava. Muita sorte, não?

Não sei se nunca esquecerei dessa partida pelo resultado, uma virada de 3x0 para 4x3, que não acontece todo dia, ou se porque pela primeira vez presenciei a idolatria de uma torcida pelo seu comandante. Não digo que o comandante era o técnico ou o artilheiro da camisa 11, mas sim o presidente, Eurico Miranda.

Cresci com duas noções futebolísticas muito definidas pelo meu pai: nunca gostar do Vasco, pois Eurico Miranda representava algo que ele detestava, e também nunca torcer pelo Alvinegro de Parque São Jorge, que pra ele era a regra 1 para eu poder assistir futebol. Ao fim da partida, os torcedores gritavam tanto o nome de Eurico, quanto dos jogadores e do time.

No dia seguinte, para piorar o desgosto do meu velho, meu tio vascaíno, casado com sua irmã, entrou em casa gritando "Vaaascccoooo". Naquele dia, a reação do meu pai foi tanta, que eu nunca mais simpatizei com o time da Colina de novo. Creio que durou apenas algumas horas na noite anterior.

Agora, o porquê dessa história? Bom, tento me colocar no lugar dos pais de Kevin, pois não saberia como reagir se fosse um filho, parente ou amigo meu. E reflito muito acreditando que um incidente desse poderia acontecer com qualquer um. Ou melhor, não deveria, mas infelizmente acontece.

Um dos fatos atenuantes deste caso na minha visão, é que a morte ocorreu dentro do estádio. Sinceramente, não me lembro a ultima vez que um torcedor morreu dentro de um estádio por conta da violência. No começo dos anos 1990, na Batalha campal do Pacaembu, ocorreu uma guerra entre Palmeiras e São Paulo. Imagino o que não repercutiu.

Infelizmente, por mais irônico que pareça, hoje em dia estamos "acostumados" com as mortes nos entornos dos estádios, ou em encontros que os vândalos marcam antes ou depois dos clássicos. Mas raramente dentro do estádio, com a bola rolando.

E pior do que isso. Quando bandidos se matam em encontros marcados, muitos de nós pensamos "o cara também procurou", "problema é dele". Agora, no caso de Kevin, é algo muito, mas muito indignante. Ele estava lá simplesmente para ver seu time estrear na Taça Libertadores 2013, e não conseguiu assistir mais do que 5 minutos de jogo.

Bom, aproveito este espaço e pergunto a você, raro e caro leitor, qual foi sua primeira partida, com e sem algum responsável? Você deixaria seu filho ir com 12 ou 14 anos a um estádio sozinho? Depois do ocorrido da semana passada, hoje, minha resposta seria não.


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Conmebol pune Corinthians após assassinato de torcedor boliviano

O que pouca gente imaginava aconteceu na noite desta quinta-feira. Em nota emitida pela Confederação Sul Americana de Futebol (CONMEBOL), ficou decidido que, até que julguem as causas da morte do jovem torcedor Kevin, do San José, o Corinthians não poderá ter torcida em seus jogos no Pacaembu, em partidas da Libertadores 2013. Assim, em teoria, até o fim da competição terá que jogar com os portões fechados.

Além disso, estipulou-se que, quando o Alvinegro for visitante, seus aficionados não terão direito a carga de ingressos, ficando proibida a venda de ingressos para torcedores corintianos. A decisão, considerada cautelar (medida tomada em caso de urgência), é válida para um prazo de 60 dias ou até o julgamento.

Conhecida internacionalmente por não tomar nenhuma atitude perante torcidas que cometam infrações nos estádios, pela primeira vez a entidade continental se posicionou desde a criação do tribunal de julgamento, no fim de 2012/início de 2013. E, diga-se de passagem, muito rapidamente.

O Corinthians muito provavelmente servirá de exemplo para as outras torcidas (ou simplesmente torcedores, individualmente falando) que atuam dessa forma. Com a decisão, espera-se que não ocorra mais violência nos estádios de futebol, algo pouco provável, mas creio que seja um primeiro passo.

Acredito que o Corinthians, como clube de futebol, não tenha sido o maior prejudicado da história. Obviamente o maior prejudicado de todos foi o jovem que perdeu a sua vida, graças a um tiro de sinalizador marítimo, que atingiu sua face.

A frente da entidade Sport Club Corinthians Paulista, que deixará de ganhar muito dinheiro em renda (estipulam algo em torno de 15 milhões de reais), o grande prejudicado do ponto de vista futebolístico será o torcedor.

Mas, os torcedores que se sentem prejudicados não deveriam, na minha opinião, culpar a entidade Conmebol pela penalidade (até certo ponto não tão pesada, poderia até ser pior). Mas sim o torcedor que soltou o sinalizador (bengala, em espanhol) e todos aqueles que estavam em volta e o acobertaram, ao invés de entregá-lo para a polícia.

Confira a nota emitida pela entidade máxima do futebol sul-americano:
1 - Baseandose en el informe del árbitro, donde consta que:
En los primeros minutos de iniciado el juego, desde donde estaba ubicada la parcialidad visitante (Corinthians) fue lanzada una bengala, la misma que impactó en un menor de edad (14 años) del club (San José), el cual falleció producto de ese impacto.

2-Por ello, la Conmebol decidió adoptar dos medidas de forma cautelar (hasta que se tome una decisión final sobre el caso, y por un plazo máximo de 60 días):
A. Que todos los partidos de Corinthians como local en la Copa Bridgestone Libertadores 2013 sean a puertas cerradas.
B. Los clubes que enfrenten a Corinthians en el torneo tiene prohibido vencer o ceder entradas a favor de Corinthians o a sus seguidores.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Corinthians empata na altitude, porém o resultado é o menos importante

O Corinthians empatou em 1 a 1 em partida válida pela primeira rodada da fase de grupos da Taça Libertadores, na noite desta quarta-feira, em Oruro, na Bolívia.

O resultado não condiz com o que foi o jogo. O Timão abriu o placar logo no início com Guerrero, teve diversas chances de aumentar o marcador, porém não foi competente.

Na segunda etapa, os bolivianos empataram da mesma forma que o clube paulista. Cruzamento na área e atacante live para marcar.

Entretanto, o que marcou a partida não foi o fato do campeão estrear na competição, em busca do bicampeonato, mas sim um fato isolado ocorrido ainda no primeiro tempo.

Ao comemorar o gol do time brasileiro, um torcedor que até momento não foi identificado, acendeu um sinalizador (marítimo) na direção da torcida adversária.

Esse torcedor, supõe-se que brasileiro, teve uma atitude típica de torcedores organizados em dias de clássico, quando rivais se enfrentam nas ruas, antes ou após as partidas.

Só que para infelicidade geral, o sinalizador acertou em cheio um torcedor do San José, no olho, levando o jovem de 14 anos a falecer ainda a caminho do hospital. O nome do jovem é Kevin Douglas Beltrán Espada, fanático torcedor do time local.

Durante o jogo, com a notícia da morte, os torcedores protestaram com vaias, xingamentos e até objetos lançados contra os reservas do Corinthians.

Doze torcedores corintianos estão detidos. Entre eles, creio que 6 ou 8 (não lembro o número certo) tiveram vestígios de fogos de artifícios encontrados no corpo, o que pode incriminá-los. Porém, todos os 12 negam que tenham participado do "atentado". O que me leva a pergunta: algum deles ia falar "Sim, fui eu, me prendam"?

Após o jogo o técnico do Corinthians, Tite, e o diretor Edu (ex-jogador), deram declarações, chorando e tentando se colocar no lugar da família da vítima. Tite chegou a dizer que trocaria a vida do jovem morto pelo título mundial de 2012. Nada que vá mudar o fato ocorrido.

O que conclui-se é, que a violência no futebol parece não ter limite. E que é preciso um choque de realidade para que os vândalos parem de agir como agem. Que seja exclusão do time ou de todos os times do país.

Se o Corinthians será punido de alguma forma? Acredito que é muito difícil. No máximo farão o time paulista pagar uma multa e olhe lá.

O que seria justo? Acredito que algo entre jogos com portões fechados (pesaria, e muito no bolso da diretoria), perda de pontos (3, 6, 9, sei lá) ou até exclusão do time, pagando pela atitude de um de seus "torcedores".

Enquanto isso, ficamos a espera do próximo caso de morte, seja no Brasil ou no exterior. Porque do jeito que as coisas andam, nada vai melhorar e as medidas serão sempre as mesmas, deixando impunes os responsáveis.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Corinthians inicia a caminhada pelo Bi da Taça Libertadores

O Corinthians está na Bolívia, onde enfrentará nesta noite, às 22h00, o San José, em Oruro, pela primeira rodada da fase de grupos da Taça Libertadores 2013.

Ambas equipes estão no Grupo 5 do Libertadores, que teve sua primeira partida realizada ontem à noite na Colômbia. Para surpresa da maioria, o Tijuana venceu o Millonarios, por 1 a 0, na casa do adversário, tirando da equipe colombiana o favoritismo à segunda vaga do grupo.

Falo isso pois acredito que, muito provavelmente, o Corinthians será o 1º colocado do grupo, pois é muito superior aos rivais. Ficando para Millonarios (COL) e Tijuana (MEX) a segunda colocação, que tem leve favoritismo do time mexicano após o resultado de ontem.

O Timão entra na competição para tentar repetir o feito de outras duas equipes paulistas, Santos e São Paulo, que conquistaram o bicampeonato de prima.

O Peixe venceu há 50 anos atrás, em 1962 e 1963. Já o São Paulo conquistou a América mais recentemente, há 20 anos, em 1992 e 1993. Ambos santos ostentam o posto de maiores campeões brasileiros da Taça, com três títulos cada.

Diferentemente do Palmeiras que teve a chance do bicampeonato em 2000, mas parou na forte equipe do Boca Juniors, ao perder a final nos pênaltis. Após conquistar naquele ano sua primeira Taça, no ano seguinte o Boca conquistou o bi, onde teve sua hegemonia pela América naquela década, vencendo 4 Libertadores em oito anos.

O grande adversário dessa primeira partida será a altitude de Oruro, que fica a 3.700 metros de altitude. Assim, qualquer resultado é possível, apesar de acreditar no favoritismo do clube paulista.


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Palmeiras vence em sua estreia na Libertadores 2013

O Palmeiras venceu na noite desta quinta-feira (14.2) o Sporting Cristal, do Peru, pelo placar de 2 a 1, em partida válida pelo grupo 2 da Taça Libertadores.

Cerca de 17 mil torcedores (pagantes) foram ao Pacaembu presenciar a estreia oficial da equipe de Gilson Kleina na competição Sul Americana.

O resultado apesar de positivo para o time da Pompéia, não foi conquistado facilmente. Até os últimos minutos de jogo o Sporting Cristal pressionou atrás do empate, e por pouco não conseguiu.

O JOGO
O primeiro tempo foi equilibrado, porém com um pequeno domínio da equipe local, que apoiada pela sua torcida buscou mais o jogo.

O resultado dessa maior busca pelo gol veio aos 39 minutos do primeiro tempo. Em cobrança de escanteio, Wesley cruzou na medida para o zagueiro artilheiro Henrique abrir o marcador e se isolar na artilharia da equipe com 4 gols em 2013.

Aliviado pela abertura do placar, o que se imaginou é que no segundo tempo o Palmeiras mataria o jogo com facilidade. Mas, logo aos 6 minutos, Marcelo Oliveira (recém contratado) cometeu penalidade indiscutível em Lobatón. O próprio jogador cobrou com categoria e empatou o marcador.

Nos minutos seguintes, o que se viu no Pacaembu foi o Palmeiras mostrar um certo desespero para chegar à meta adversária, enquanto o Sporting Cristal tentou explorar alguns contra ataques baseados em erros do time brasileiro.

E foi na base da vontade que o Palmeiras conseguiu desempatar o marcador. Na metade da etapa, Marcelo Oliveira fez boa jogada pela esquerda, cruzou para área e Caio fez o pivô para Patrick Vieira fazer o segundo do Verdão.

Alegria para a torcida, que no restante do jogo viu apenas o Sporting Cristal buscar o ataque, enquanto seu time administrou o resultado. Nos minutos finais, Fernando Prass com a ponta dos dedos salvou o Palmeiras, impedindo o gol de empate do fraco adversário.


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A estreia do São Paulo na fase de grupos da Libertadores

O São Paulo estreou na fase de grupos da Libertadores, contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte, nesta quarta-feira de cinzas (13.2), com derrota por 2 a 1, em um bom jogo de futebol válido pelo Grupo 3.

Mesmo com o resultado negativo, o time deixou uma impressão de que talvez seja possível chegar longe na competição. Mas, para que isso ocorra, é preciso que o treinador Ney Franco acerte o time logo, principalmente o setor defensivo.

Na Pré-Libertadores, o time do Morumbi passou de fase após conseguir o placar agregado de 8 a 4, sobre o fraco Bolívar, da Bolívia. Fazer 8 gols em 2 jogos contra o time de La Paz é algo comum, o grande problema é levar 4. 

Os erros que a equipe mostrou (principalmente defensivos) na altitude voltaram a se repetir no jogo do Estádio Independência. A defesa tem momentos ótimos, com belos desarmes de jogadores como Lúcio e Denílson, que por muitas vezes ganharam as disputas contra os adversários do clube mineiro.

Entretanto, assim como ocorreu na altitude boliviana, em situações específicas os jogadores tricolores resolvem simplesmente assistir seus adversários jogarem. Ronaldinho que o diga. O camisa 10 foi o maior responsável pela vitória atleticana com duas assistências.

O futebol muitas vezes é ingrato. Para o São Paulo, como qualquer time, sofrer 1 a 0 em 15 minutos de jogo não é algo anormal. Porém, a verdade é que a equipe começou o jogo com atitude. Tocando bem a bola no campo de ataque, sem medo de jogar. 

No momento em que Ronaldinho Gaúcho aparece livre na área tricolor, toca para a área e Lúcio, por uma infelicidade, faz o gol contra, tudo que o técnico havia programado cai por terra.

Daí em diante, o que se viu foram 30 minutos em que o Galo quase ampliou e o São Paulo parou na criatividade de jogadores como Douglas e Paulo Miranda, ou seja, nula. 

No segundo tempo foi preciso Paulo Miranda receber o cartão amarelo para que Ney Franco o tirasse do time. Algo muito típico do treinador, que já chegou a substituir desta forma em outras oportunidades, inclusive ainda no primeiro tempo.

Quando Aloísio foi chamado pelo técnico, era óbvio que essa seria a substituição. Na sequência foi a vez de Jadson dar lugar a Ganso. Outra substituição necessária (também óbvia), já que o Camisa 10 só joga contra equipes sem expressão, e ontem não foi diferente.

Se o São Paulo era superior em campo na segunda etapa, outro vacilo da defesa foi um balde de água fria nos tricolores. Ronaldinho passou facilmente por Ganso (não sabe marcar) e Welington, que reverenciou o adversário, e Réver subiu só para fazer 2 a 0. O zagueiro Rhodolfo, como de costume, não saiu do lugar. 

Algo que me leva a outra conclusão importante. Assim como Douglas não pode ser titular, Rhodolfo também não merece seguir no time titular, tendo em vista que Rafael Tolói é um ótimo jogador. Pode errar por ser (muito) jovem, mas consegue aprender com os erros.

O São Paulo diminuiu o placar com o Aloísio, após ótimo passe de Luis Fabiano. Aos 47 minutos, Ganso teve a chance de empatar e garantir sua vaga no time (a opinião pública seria ainda maior para isso ocorrer) porém a bola foi milimetricamente para fora.

Alguns pitacos:
*Paulo Miranda como lateral defensivo é uma boa. Porém, se ele tiver que subir ao ataque, é a mesma coisa que ter um jogador a menos atacando. Não sabe fazer isso, muito menos aprenderá.

*No início do ano eu tinha a certeza de que Rhodolfo seria o zagueiro sacado pelo Ney Franco. Confesso que até agora estou espantado em ver Tolói na reserva. 

*Douglas é um lateral mediano. Colocar ele no ataque, achando que ele irá substituir Lucas a altura, é uma loucura. Cañete ou Aloísio improvisados no setor são melhores opções. Até Ganso jogando nesse local, mesmo que (muito) fora de posição, é melhor que o camisa 23, que não produz nada.

*Welington fez uma volta impressionante em 2012. Depois de Lucas era o mais essencial no time. Mas até o momento é a grande decepção da temporada. Esperava (ainda espero) mais entrega dele. Ontem ele deveria ser a sombra do gaúcho.

*Gostaria muito de ver o ataque com Luis Fabiano, Osvaldo e Aloísio, e Ganso armando as jogadas. Seria um rolo compressor, mas para isso a zaga precisa se arrumar.