segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Ídolos no futebol: Marketing x Resultados

Festa no Morumbi para volta de Kaká
Os jogadores Kaká, do Orlando City (EUA), e Diego Milito, Racing Club (ARG), tornaram-se protagonistas no futebol sul-americano, em 2014, ao retornarem aos seus clubes de coração.

A única coincidência nesta história é que ambos voltaram aos clubes de coração e que lhe formaram, São Paulo e Racing, exatos 11 anos após sua primeira passagem.

Em 2003, Kaká deixava o São Paulo para brilhar no Milan, conquistar todos títulos possíveis e ainda ser o melhor jogador do mundo 2007. Uma passagem sem brilho no Real Madrid faria o brasileiro voltar à Itália.

No mesmo ano, Milito partiria também para a Velha Bota, onde jogaria no Genoa por duas temporadas. Seu auge seria entre 2009 e 2013, quando no ano de 2010 conquistaria tudo que é possível, dentro e fora do País.

Até aí as história são parecidas. Porém, se analisarmos o que ambos conquistaram pelos seus clubes de formação a coisa muda.

Kaká venceu apenas dois títulos no São Paulo, o extinto torneio Rio-São Paulo de 2001 e o Supercampeonato Paulista no ano seguinte. No mais, saiu pela porta dos fundos em 2003, assinando contrato com o Milan e fazendo com que seu clube embolsasse apenas 8 milhões de reais.

Diego também tem dois títulos com o Racing. Em 2001 faz parte do grupo campeão nacional de 2001, aquele que ajudou La Academia a sair de uma fila de 35 anos sem títulos nacionais.

Agora, em 2014, mais uma vez foi importante. Chegou no meio da temporada para o Torneio Transición e conquistou o segundo título nacional acadêmico em mais de cinco décadas. Já eram 13 anos sem levantar o caneco, que garantiu vaga na Libertadores após 12 anos.

Já Kaká voltou ao Brasil apenas para uma intertemporada, até poder jogar pelo seu clube, o Orlando City. Não ganhou nenhum dos três títulos que o São Paulo disputou no semestre, nem foi um grande jogador dentro de campo.

Sua única contribuição foi o espírito de garra e raça, coisa que nunca foi sua característica. Kaká realmente foi dedicado em campo, porque técnica e fisicamente já não é mais o mesmo.

Festa de Diego Milito, que tirou o Racing da fila de 13 anos

Legado que deixam - Seja ou não campeão nos próximos anos, o Racing já tem garantido um legado com a vinda de Diego Milito. Ele deu cara ao time campeão e soube conduzir o clube ao 17º nacional, não há dúvidas.

Assim, seja como for no novo Campeonato Argentino com 30 clubes em 2015 e na Taça Libertadores, Milito está escrito na história do clube de Avellaneda como um dos principais da história. Um ídolo pelos resultados conquistados.

Já Kaká, considerado ídolo da geração dos anos 2000, ainda não pôde entrar na seleção de principais nomes da história Tricolor. Um Rio-São Paulo e um Supercampeonato Paulista, este disputado em apenas quatro jogos, não garantem tal posto ao jogador.

Até fim de 2014, Kaká é um ídolo de Marketing para o Tricolor, dentro e fora de campo. Serviu para vender camisas e mostrar aos companheiros que mesmo não chegando perto do que era como melhor do mundo, com vontade é possível vencer partidas.

Caso em 2015 o clube do Morumbi venha ganhar algum título de expressão, aí sim Kaká terá deixado um legado, mesmo que indiretamente. Seja como for, a temporada que se aproxima promete muito para os dois clubes. Aguardemos para ver!





quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Coritiba: Contrariando as estatísticas

Diferentemente do G4, em que os quatro primeiros colocados foram presença constante entre os quatro melhores da parte superior da tabela do Campeonato Brasileiro de 2014, na parte inferior da classificação a situação este ano foi diferente.

Curiosamente, o time que por mais tempo frequentou o Z4 não foi rebaixado para a Série B em 2014. Com bons resultados nas últimas rodadas do campeonato, o Coritiba conseguiu se salvar da queda, mesmo ficando entre os quatro últimos colocados em 27 das 38 rodadas do torneio.

Foram cinco passagens na temida zona do descenso: da quarta a 15ª, somando 12 rodadas no Z4, outras cinco da 17ª a 21ª, mais sete da 23ª a29ª, duas nas 31ª e 32ª e, um último momento de sofrimento para a torcida, na 35ª.

Se tal "injustiça" ocorreu com o Coxa Branca, o mesmo não pode se dizer de Criciúma, Botafogo, Vitória e Bahia. Os quatro estiveram por menos tempo no Z4, que o Alviverde, mas mesmo assim por um período significante.

O Tigre catarinense, lanterna da edição, registrou 26 das 38 rodadas no Z4. No 18º lugar, o Tricolor baiano esteve lá embaixo em 22 rodadas, seguido de perto pelo Alvinegro carioca, com 21, e pelo Rubronegro, com 20. Ou seja, fizeram por merecer.

A diferença entre os quatro rebaixados com o time paranaense, é que o Coritiba encontrou forças para reagir na hora certa. Assim como na primeira colocação, na composição do G4, ou então no Z4, o que vale é a classificação após 38 rodadas, mesmo que nas outras 37 o time esteja em uma posição confortável, ou não.

Demais clubes que passaram pelo Z4 - Outros seis times estiveram em algum momento do campeonato na zona do rebaixamento. Deles, o Figueirense foi quem mais tempo assustou sua torcida: 15 rodadas. Em seguida, seu conterrâneo Chapecoense, com sete, e os grandes Palmeiras e Flamengo, ambos com seis rodadas.

Completam a lista Grêmio e Atlético-MG, com apenas uma rodada cada no Z4. E, diga-se de passagem, rodadas consideras insignificantes. Enquanto os gaúchos estiveram na zona apenas na primeira rodada, o Galo esteve lá na terceira.

Coxa branca assusta pelo segundo ano consecutivo - Enquanto em 2014 o Coritiba foi o time mais assíduo do Z4, em 2013 ele foi um dos menos, com apenas duas rodadas na zona. Porém, para preocupação dos seus torcedores, em duas rodadas consideras de alto perigo: 34ª e 36ª.

No fim da edição passada, o time de Couto Pereira encerrou o Brasileirão em 11º. Por mais que pareça uma posição "tranquila", foram apenas quatro pontos de diferença para a Portuguesa, 17ª. As vitórias contra Botafogo, por 2 x 1 em casa, e por 1 x 0 na última rodada, sobre o São Paulo, em Itu, garantiram ao Coxa o ano novo feliz, à época.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Brasileirão 2014: No fim, G5

Muito se falou durante a edição de 2014 do Campeonato Brasileiro de futebol se teríamos um G4, G5 ou até G3, que era possível. Tudo isso em função das cinco vagas que os times do Brasil tem direito na tão desejada Taça Libertadores da América.


O que é definido pela CBF, entidade máxima do futebol, é que quatro clubes se classificam pelo campeonato nacional e um quinto pela Copa do Brasil, tradicional torneio mata mata do País. Apenas a Sul-Americana poderia alterar isso, caso o campeão fosse brasileiro. Neste caso, ele "roubaria" a vaga do quarto colocado do Brasileirão.


Em certo momento do campeonato, os quatro sobreviventes da Copa do Brasil eram Cruzeiro, Santos, Atlético-MG e Flamengo. Enquanto os dois mineiros sempre figuraram no topo da tabela, a dupla de Rio-SP esteve em maior parte do campeonato na parte intermediária.

Assim, para que o G4 virasse G5, era necessário que Raposa ou Galo fosse campeão, para que não houvesse muita confusão na parte de cima. Neste tempo, antes que os mineiros garantissem vaga na final, o criticado Mano Menezes, do Corinthians, defendeu-se de críticas dizendo que o time dele estava no G5 naquela oportunidade.

Como o Galo era um dos quatro primeiros colocados à época, o treinador corintiano debruçou-se nessa teoria e ironizou a imprensa paulista, uma vez que o Timão era o 5º colocado. No fim, após as 38 rodadas, o Corinthians seria o 4º colocado, enquanto o Atlético-MG foi o 5º, ambos classificados para a Taça.


Desta forma, o G4 foi mesmo G5, mesmo que a vaga do alvinegro mineiro acabou vindo pela Copa do Brasil. O título do certame mais importante do País ficou com o Cruzeiro, enquanto São Paulo e Internacional ficaram com as outras duas vagas.


Assiduidade no G4 - Coincidência ou não, os clubes que mais tempo passaram no G4 foram aqueles que garantiram a vaga na Taça Libertadores pelo Campeonato Brasileiro. O campeão Cruzeiro foi recordista, com 36 das 38 rodadas no pelotão. Em seguida, vieram Internacional, com 28 rodadas, São Paulo, com 27, e Corinthians com 25.

Enquanto o Atlético-MG esteve no G4 por nove rodadas, os dois principais postulantes que ficaram de fora da competição sul-americana foram Fluminense e Grêmio, com 13 e seis rodadas, respectivamente.

O Flu esteve no G4 por 12 vezes entre a 1ª e a 15ª rodada, aparecendo de novo apenas uma vez, na 32ª. Já o Tricolor gaúcho, do técnico Luis Felipe Scolari, que reclamou de perseguição, esteve no G4 da 5ª a 7ª rodada e depois apenas na 27ª,  33ª e 34ª. Será que ele estava certo de reclamar?

Em resumo, o campeonato,  na parte de cima da tabela, beneficiou aqueles que mais regularidade tiveram durante o torneio.
Assim como os quatro do G4 estiveram mais tempo no grupo de classificados a Libertadores, na definição do título Cruzeiro e São Paulo fizeram valer as estatísticas. Os mineiros estiveram na liderança por 33 das 38 rodadas e os paulistas na vice em 19 rodadas. Justiça feita. Que venha logo a temporada 2015!