domingo, 21 de julho de 2013

A atual crise do São Paulo FC em 8 atos, ou melhor, 8 derrotas

O São Paulo FC vive provavelmente um dos piores momentos da sua história, em quase 80 anos. Não concordo que seja o pior time do SPFC, mas atualmente tem sido o mais sem vontade e postura tática dos últimos 25 anos (idade que eu tenho).

Já são dez jogos sem vencer, com um total de OITO derrotas. Assim, intitulo cada derrota como um ato dessa caminhada que, ao que tudo indica, parece ir rumo a Segunda Divisão nacional. Ainda é muito cedo, faltam quase 30 rodadas, mas os pessimistas de plantão já decretaram isso.

Após falar dos 8 atos (derrotas), escreverei um pouco sobre fatos que estão contribuindo para essa crise, que parece ser infindável.

ATO 1
São Paulo 0x1 Goiás - 5/6/2013
Um dia realmente triste. Para mim, que tive meu celular furtado a caminho do jogo, e para o clube, porque foi aí que tudo começou. O Goiás estava em situação complicada na tabela e o São Paulo vinha invicto, com duas vitórias e um empate.

Logo no início da partida o time visitante abriu o placar em uma falha típica da defesa são-paulina. Bola área. Muitos criticam que, ao ser demitido, Ney Franco saiu injustamente. Porque ele saiu, e o problema continuou. Mas, claramente, esse defeito é um dos problemas que o técnico deixou na equipe, sem ter corrigido em 2013.

ATO 2
São Paulo 0x1 Flamengo - 29/6/2013
O São Paulo parou por pouco mais de uma semana, com a Copa das Confederações, e sem seguida voltou aos treinos. Não sei quem teve a ideia de agendar o confronto amistoso com o Flamengo, mas de fato a partida não serviu para nada.

O Tricolor perdeu por 1 a 0, em uma falha bisonha de Rhodolfo, que parece fazer de propósito. No começo do campeonato eu acreditava que o Fla era time candidato a ficar entre os 10 últimos. Sinceramente, está mais fácil o Tricolor ficar no limbo que o Mengo.

PS: Todas as mídias contam esse resultado para somar aos 10 jogos sem vencer. Para deixar o mau momento ainda mais evidente. Ok, não contesto. Mas, se o time Tricolor vencesse essa partida, com toda certeza não estariam contabilizando a derrota em Uberlândia.

ATO 3
São Paulo 1x2 Corinthians - 3/7/2013
O São Paulo voltou das "férias" e demonstrou que não havia evoluído em nada. Mais uma vez, coloco nas costas do Ney Franco. Não iniciou 2013 com um time e conseguiu entregar o clube, logo após essa partida, como um bando de índios em campo.

O São Paulo praticamente não criou nada neste jogo. O Corinthians foi frio e calculista. Defendeu com os 11 atrás, e atacou só na boa. Abriu o placar com Guerrero, levou o empate em um frango de Cássio e matou o duelo com um golaço de Renato Augusto.

Para um bom torcedor, aquela derrota bastava para dar o título da Recopa ao time do Tatuapé. O empate era um bom negócio dentro das circunstâncias, mas como Ney Franco mostrou em 2013, não sabe montar a equipe com inteligência e deu no que deu.

ATO 4
São Paulo 0x2 Santos - 7/7/2013
Acredito que, das sete derrotas, essa foi a partida em que o São Paulo mais teve chances de sair com a vitória. Ali, até aquele ponto, com o técnico interino no comando, os jogadores ainda não tinham  noção do buraco que estavam. Infelizmente não perceberam que aquela vitória podia salvar esse desempenho vergonhoso até agora.

O São Paulo teve todas as chances do mundo de abrir 2 ou 3 a 0 no primeiro tempo. Não fez, e no segundo tempo o Santos enterrou o Tricolor com Giva e Cícero. Os dois gols foram iguais. Bola área, com a zaga perdida. No primeiro gol, Rhodolfo simplesmente não se mexeu. Assistiu ao atacante santista marcar. Parecia um espantalho em campo. Patético.

Como tem sido nos últimos jogos, o São Paulo toma o primeiro gol e simplesmente acaba. Pode esquecer. Vira um time de bundões (realmente são) e param de jogar, literalmente. Após a abertura do placar no comecinho do segundo tempo, o único lance do jogo foi o gol de Cícero aos 37. Mais nada. Sem qualquer reação.

ATO 5
São Paulo 1x2 Bahia - 10/7/2013
Em partida adiantada, o Tricolor recebeu o medíocre time do Bahia. Saiu na frente, sem jogar absolutamente nada. Levou o empate e, de novo, pane geral. Luis Fabiano conseguiu ser expulso na sequência, depois Clemente Rodrigues. Com 9 em campo, levou a virada.

Foi algo inacreditável. Era um time totalmente sem vontade em campo. Pior, além de ter uma partida a menos que os adversários, o motivo desse adiantamento é inaceitável. O São Paulo irá para Europa e Ásia, disputar competições que não valem nada. Pior momento, impossível.

ATO 6
Vitória 3x2 São Paulo - 14/7/2013
De todas as oito derrotas, essa foi uma das duas que não assisti. Contra o Flamengo também não vi a partida, pois não valia nada. Escutei o primeiro tempo do jogo contra o Vitória no rádio. O São Paulo abriu o placar, poderia ter aumentado, porém não o fez.

O Vitória virou, Rogério empatou, mas no segundo tempo levamos o 3 a 2. Falando dos gols, os três foram ridículos para um time que se diz "candidato ao título". No primeiro, Dinei ficou no mano-a-mano com Edson Silva. Qualquer atacante faria o mesmo, gol fácil. Pior de tudo, o time que ganhava levou um gol de contra-ataque. Inexplicável.

A virada veio rápida, com uma falha dupla de Rodrigo Caio. O volante conseguiu perder a bola perto da área e ainda desviou o chute do atacante argentino do Vitória. Aquele que é primo do Messi, Maxi Biancunchi. Rogério empataria o jogo, mas no segundo tempo os mandantes finalizariam o placar, com direito a chapéu no péssimo Juan, no meio do campo.

ATO 7
Corinthians 2x0 São Paulo - 17/7/2013
O buraco continuava afundando. O São Paulo entrou totalmente desacreditado na segunda partida da decisão da Recopa e fez jus às expectativas. Perdeu outra, sem praticamente assustar os corintianos. Levou o gol de abertura no primeiro tempo, mais uma vez em vacilo dos zagueiros que ignoraram a presença de um atacante rival na pequena área.

No segundo tempo, um lance chave que se repetiria no Morumbi ontem (sábado) definiu o duelo. Aloísio teve a única chance de marcar para o São Paulo no jogo. Cara-a-cara com Cássio, ele chutou em cima do goleiro. Poderia empatar a partida. Pouco tempo depois, Danilo fez o 2 a 0, que permitiu aos corintianos soltarem o grito de "é campeão".

ATO 8
São Paulo 0x3 Cruzeiro - 20/07/2013
Concluindo a sequência péssima, o São Paulo levou a maior derrota dessa fase terrível. E, pior, três gols de Luan, ex-Palmeiras. Todos os três marcados no segundo tempo. Mais uma vez, o ataque foi falho e a defesa uma piada.

Luan abriu o placar em lance de bola área. Douglas (sim, ele continua no São Paulo) vacilou bisonhamente ao tentar desviar a bola de cabeça, e Luan fez um golaço. Inacreditável. Nos outros dois gols, falha de Clemente Rodrigues na cobertura e depois de Rodrigo Caio.

OPINIÃO SOBRE O TEMA
Em 2012, quando o São Paulo perdeu a terceira semifinal seguida de Paulista para o Santos, fiquei refletindo. Pensando nos anos de 2010, 2011 e 2012. Jogadores passaram, mas o resultado foi o mesmo. Culpa de quem? Para mim, diretoria.

Agora, não resta dúvidas. A ponta do iceberg está acabando com o Tricolor. Juvenal Juvêncio, folclórico, perdeu a noção das coisas. Deu poder para o fraco Adalberto Baptista, que manda no SPFC. Enquanto um desses dois não cair, a coisa não andará.

Sobre Ney Franco, continuo achando que ele é um dos principais culpados pelo mau momento. Ele deixou uma herança péssima após sair do Tricolor. O que estamos vendo hoje é resultado do que ele plantou desde janeiro.

Paulo Autori terá muita dificuldade. Pela frente, Inter no Morumbi e Corinthians no Pacaembu. Acredito que esses dois serão os atos 9 e 10. E, quando é hora de tentar melhorar, os jogadores irão para Europa, passear um pouco. Está tudo errado! E, caro amigo, dá para piorar!!!

terça-feira, 9 de julho de 2013

Sexta rodada boa para os paulistas, exceto para o São Paulo

Dos cinco times paulistas que disputam a Série A do Brasileiro, apenas um teve uma rodada ruim: o São Paulo, que perdeu em casa para o Santos, por 2 a 0, e afundou mais ainda na crise. Dos outros três, apenas a Lusa empatou (também em casa) enquanto Corinthians e Ponte Preta triunfaram foram de casa.

A Ponte abriu no sábado a rodada paulista, vencendo facilmente o Náutico em Pernambuco, às 18h30. Diante de 20.000 pessoas na Arena Pernambuco, o time de Campinas fez 3 a 1, sem dificuldades. Em uma análise superficial e fria, já encontramos nesse duelo um forte candidado para o rebaixamento.

Um pouco mais tarde, no jogo balada do Brasileirão, a Portuguesa recebeu o Cruzeiro no Canindé. A bola área definiu o placar de 1 a 1, com dois gols de zagueiros. Valdomiro para a Lusa e Bruno Rodrigo para a Raposa, ainda no primeiro tempo do jogo.

No domingo, duas vitórias de visitantes. O Corintihans foi a Salvador e não teve problemas para bater o Bahia por 2 a 0. Os dois gols foram marcados por Alexandre Pato, que finalmente desencantou.

No Morumbi, São Paulo e Santos fizeram o primeiro grande clássico paulista. Melhor para o time do litoral, que soube aproveitar as chances que teve no segundo tempo, fazendo dois gols semelhantes: cruzamentos da esquerda, para Giva e Cícero marcarem, sem qualquer dificuldade.

Por ter assistido ao jogo, faço uma análise mais profunda. No primeiro tempo o Tricolor teve ótimas chances de abrir o placar, enquanto o Santos foi mais tímido. Na etapa final, logo aos 8 minutos um lance definiu a partida. Jadson recebeu a bola, driblou o zagueiro e saiu livre na cara do gol. Se tivesse caprichado, talvez o placar seria outro.

Apenas quatro minutos depois, em uma jogada despretenciosa, o Santos abriu com Giva de cabeça. O atacante, que havia entrada há um minuto no lugar de William José, cabeceou sozinho. O zagueiro Rhodolfo simplesmente admirou o lance, como se ele não fosse o marcador. Um misto de falta de ritmo com falta de vontade.

Dos 12 minutos do segundo tempo até o apito final, apenas um lance de destaque, que foi o segundo gol do Peixe. Não é exagero, pois não aconteceu mais nada nesse período. O São Paulo não deu um chute a gol, enquanto o Santos apenas cozinhou o time adversário, que se encontrava totalmente perdido em campo.

Série B
O Palmeiras venceu a quinta partida em sete disputadas na Série B do Brasileiro. Um passeio contra o Oeste em Presidente Prudente, 4 a 0. Leandro marcou dois gols e Charles outros dois. Pelo andar da carroagem, não imagino que o Verdão terá dificuldades para voltar ao seu lugar na elite, classificando-se entre os quatro melhores do torneio.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Maloca 1x2 Corinthians na ida da Recopa Sul-Americana

Pesquisei no dicionário a definição para coletivo de índios. E, por incrível que pareça, uma das palavras usadas era maloca, referindo a um bando de índios. Sim, o que define o time Tricolor dos últimos anos é o apelido que os corintianos costumam se auto-denominar.

E de fato o que se viu em campo nessa quarta-feira à noite foi isso. 11 índios correndo de um lado e 11 jogadores de futebol do outro. O Corinthians, assim como nos outros dois duelos contra o São Paulo em 2013, foi cirúrgico. Jogando na perfeição tática (sempre que possível) para garantir o resultado.

Já o time do São Paulo confirmou minhas suspeitas. A parada para a Copa das Confederações, ou melhor, Manifestações, não serviu para absolutamente nada. O time conseguiu piorar em relação daquilo que vinha apresentando. Sem qualquer esquema tático, noção de jogo em equipe. Em resumo, um nada.

O jogo começou equilibrado, mas claramente o time de Tite tinha organização, enquanto o Tricolor jogou no bumba meu boi. Algo que me impressionou ontem foi o aspecto defensivo. Enquanto o Corinthians esteve sempre atrás da bola, com os 11 marcando no campo de defesa, o São Paulo era uma bagunça total.

Incontáveis vezes a defesa são-paulina ficou no mano-a-mano com os corintianos. Sempre 4x4, ou 5x5. Já o Corinthians teve 11 jogadores que marcaram na maior parte do jogo e atacaram na boa. Em todos os escanteios do São Paulo, TODOS atletas do time visitante estavam dentro da área. O mais adiantado era Emerson Sheike na ponta da área.

O resultado, com um placar mínimo de diferença, ficou barato para o Tricolor, mas ao mesmo tempo indigesto pela forma como ocorreu. No primeiro tempo nenhum time merecia terminar vencedor. Porém, em ótima jogada de Romarinho, a bola sobrou livre nos pés de Guerrero, que abriu o placar.

Na etapa final, Ney Franco "acordou" e colocou Aloísio e Wellington. Concordo com as entradas, mas não concordo com a saída de Ganso, único jogador com reconhecida qualidade técnica no elenco. Deixar em campo Jadson, que não fez absolutamente nada no jogo, foi um erro.

Logo no início do segundo tempo Aloísio empatou em um chute forte de fora da área, que o goleiro Cássio aceitou. Um verdadeiro frango. O jogo continuou com o São Paulo no ataque, porém com as melhores chances do Corinthians, em cruzamentos.

Quando a partida chegava em sua reta final, Renato Augusto encobriu Rogério Ceni em um golaço, no estilo Ronaldo Fenômeno x Fábio Costa. Ceni foi inocente em se adiantar tanto, mas como sempre o faz. No entanto não coloco 100% da culpa nele, pois o fato é que ele, assim como a torcida toda, não confia no time.

Aloísio teria mais uma chance de empatar, de novo, mas Fabio Santos salvou. O jogo da volta ainda está aberto, mas a clara vantagem é corintiana. Algo como 80% de chance de título, na minha opinião. Só mudará, se mudar a postura Tricolor e/ou se os Alvinegros entrarem de salto alto no duelo do Pacaembu. Pouco provável.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Recopa Sul-Americana em pauta

São Paulo e Corinthians se enfrentam na noite desta quarta-feira (3) pela partida de ida da final da Recopa Sul-Americana. O Tricolor garantiu a vaga após o título da Sul-Americana 2012, já o Timão com o título inédito da Taça Libertadores da América do mesmo ano.

O São Paulo tem essa final como meta para salvar um ano que até agora está péssimo. Em confrontos importantes no ano, apenas uma vitória em cerca de dez jogos. E, pior, contra um adversário que já estava classificado para a fase seguinte - São Paulo 2x0 Atlético-MG, primeira fase da Libertadores.

Assim, é a hora de Ney Franco provar se quer continuar, ou melhor, se deve e merece continuar no comando do Clube da Fé, ou se o momento de sair já chegou. Sinceramente, essa demissão já está uns três meses atrasada. Devia ter ocorrido após empatar com Arsenal no Pacaembu, e perder para o mesmo Arsenal e para o The Strongest, ambos fora de casa.

O técnico segue sem conseguir armar o time. Já são mais de seis meses de futebol em 2013 e até agora absolutamente nada. Segue insistindo com Douglas na direita, Denílson no meio e sem saber como escalar Jadson e Paulo Henrique Ganso juntos. Ou seja, está totalmente perdido.

Já o Corinthians chega para a decisão tendo apenas uma coisa para provar: se Paulinho era ou não o grande responsável pelo alto rendimento do time desde 2011, quando conquistou Brasileirão, Libertadores e Mundial seguidos. Não incluí Paulista-2013, pois é um título menor perto dos outros três.

Vencer a Recopa coloca o Timão no trilho para buscar mais um título, ou quem sabe dois, na sequência do ano. Fechar o ano com Paulista, Recopa e Copa do Brasil ou Brasileiro, seria ótimo para auto-estima alvinegra, um pouco abalada pela eliminação injusta na Liberta. Porém, se fechar a temporada 2013 com apenas um Paulistinha, aí a coisa não vai ser tão boa para o ano seguinte.

Veremos a partir de hoje a noite, qual clube se preparou melhor para a competição. Não queria arriscar palpite, pois enquanto um time ainda não jogou em 2013, o outro não terá seu craque, que ná minha opinião é 30 a 40% da equipe. 

Hoje, diria que o Corinthians é favorito. Mas, dependendo do resultado desta quarta-feira no Estádio Morumbi, tudo pode mudar. Caso o São Paulo consiga uma vitória, por mínimo que seja, o jogo de volta, no Pacaembu, terá algum sentido ou emoção.