segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A brilhante fórmula do Paulistão 2014

O Campeonato Paulista 2014 de futebol iniciou-se neste fim de semana com dez jogos. Pressionada pelos atletas e pela realização da Copa do Brasil em 2014, a FPF (Federação Paulista de Futebol) viu-se obrigada a alterar a fórmula do Campeonato Paulista.

O turno único manteve-se, porém as 20 equipes foram divididas em quatro grupos de cinco. Ou seja, a primeira fase passou de 19 jogos para 15. Ganhou-se em teoria quatro rodadas de descanso para os jogadores.

Porém, a mudança mostra como o regulamento é pífio. Os times enfrentarão os rivais dos outros três grupos, menos os de seu próprio.

A primeira rodada mostrou como o negócio é mal feito. Os cinco time do grupo A enfrentaram os do D, enquanto aqueles do B duelaram contra os do C.

E o que aconteceu? No duelo A x D, todos os time do grupo D venceram. Ou seja, todo mundo tem três pontos, desempatados pelo saldo de gol. O mesmo vale para o A, porém todos com zero ponto.

Bragantino, Mogi Mirim, Palmeiras, Oeste e Rio Claro venceram, respectivamente, São Paulo, Comercial, Linense, Penapolense e Atlético Sorocaba.

Entre grupos B e C o negócio foi mais equilibrado. Uma vitória do Corinthians no grupo B, duas vitórias no C com Santos e São Bernardo, além de um empate entre Audax e Paulista.

A fórmula só servirá para acirrar os ânimos entre as torcidas. Porque o torcedor do Palmeiras que goza o são-paulino pela derrota de ontem, em Bragança, mal percebe que a derrota do São Paulo foi ruim para seu time.

Pela tabela, nas cinco primeiras rodadas são formadas pelos duelos A x D e B x C, nas cinco seguintes A x C e B x D, e nas cinco últimas A x B e C x D.

Ou seja, nas últimas cinco rodadas os grupos de São Paulo x Corinthians se enfrentam. Caso um dos dois grandes esteja classificado, ele pode simplesmente atrapalhar o rival perdendo para o adversário x ou y.

Mais uma fórmula "brilhante", feita por pessoas que ficam no escritório em seus ares-condicionados e não pensam muito no que estão fazendo. Não vão a campo com frequência, então não entendem muito o que acontece lá dentro.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Como explicar a demora de São Paulo e Corinthians para contratarem?

Passadas duas semanas de 2014, somadas com mais algumas do término da temporada passada, São Paulo e Corinthians seguem sem empolgar seus torcedores no que diz respeito a contratações.

Mas até que ponto isso é um grande problema? No fim de 2013, Juvenal Juvêncio foi contraditório (sim, acredite). Primeiro disse que sua torcida teria bons presentes de fim de ano. Mas em seguida colocou os pés no chão ao dizer que no ano da Copa do Mundo, tudo estaria supervalorizado.

E realmente é verdade. Cada vez mais voltam ao Brasil medalhões europeus, que deixaram saudades em suas torcidas ao saírem do País anos atrás. Alguns recebendo, inclusive, salários similares aos da Europa. O problema é que esses ou estão em baixa, como Luís Fabiano por exemplo, ou não mostraram porque vieram, como Alexandre Pato.

Até o momento, o Tricolor Paulista trouxe apenas Luís Ricardo, ótimo lateral  por sinal, contabiliza Roger Carvalho, zagueiro que chegou machucado em 2013, e tenta a todo custo trazer Souza, volante do Grêmio, em troca com o zagueiro Rhodolfo.

Já o Corinthians até agora trouxe também apenas o lateral esquerdo da Ponte Preta, Uendel, que na semifinal da Sul-Americana garantiu sua vinda, ao passar sem dificuldade pela defesa são-paulina na superlativa vitória por 3 x 1 no jogo de ida do Morumbi. O lateral Fagner, que começou no Coringão, também esta próximo. Assim como Bruno Henrique, da Portuguesa.

Mas se fizermos uma análise fria, tanto Corinthians quanto São Paulo não estão errados na postura. O que eles irão disputar no primeiro semestre? O Campeonato Paulista, que ninguém chora se não for campeão, e as três primeiras fases da Copa do Brasil, teoricamente.

Ambos os clubes encerraram o Brasileiro em colocações intermediárias, mas tem peças em seus elencos que podem fazer diferença. Luís Fabiano, Ganso, Jadson, podem levar o Tricolor à Glória, porque não? Assim como Pato, Renato Augusto, Ralf e cia também, são os mesmos que conquistaram dois títulos em 2013.

Não costumo defender dirigentes de futebol. Mas, prefiro que não façam loucuras tendo em conta que o semestre é praticamente perdido, do que contratem jogadores como fez Palmeiras e Santos.

Mais necessitado de contratar, por subir para a Série A e por ter em 2014 o ano de seu Centenário, o Verdão se reforçou com nomes medianos que não devem fazer grandes partidas. Além disso, gastou 8 milhões de reais por 64% do atacante Leandro. Francamente, um erro ao meu ver.

O Santos foi mais além. Trouxe com apoio de um parceiro o atacante Leandro Damião. Ótimo jogador, que viveu altos e baixos no Inter. Mas o que assusta é o valor: 42 milhões de reais. Em um negócio da China, pois o Santos terá que pagar ao grupo que trouxe o atleta os 42 mi, além de juros, caso não consiga vende-lo nos próximos 5 anos.

Entre as loucuras cometidas por Alvinegros/Alviverdes, e os pés no chão de Tricolores/Alvinegros, fico com a segunda turma. Porque até o Brasileiro e a Copa do Brasil pegarem fogo, lá para setembro mais ou menos, há um grande caminho a percorrer, e muitos euros/dólares/reais a serem gastos.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Feliz 2014, ano que promete ser difícil para os grandes paulistas

A temporada de 2014 começa sem grandes expectativas para o quarteto paulista, formado pelos paulistanos Corinthians, Palmeiras e São Paulo, e pelo "Glorioso Alvinegro praiano". Sem nenhum deles na próxima Taça Libertadores, o Campeonato Paulista deste ano promete ser o estadual mais disputado dos últimos tempos.

Isso porque todos os outros três torneios que os quatro clubes podem disputar, Copa do Brasil e Brasileiro, com toda certeza, e Sul-Americana, que é disputada dependendo de não se classificar para a 4ª fase no mata-mata da Copa (brilhante fórmula de classificação), serão definidos no mês de dezembro.

Além disso, a fórmula de 2014 promete ser mais interessante que a dos últimos anos. Continuam classificando-se oito clubes para as quartas de final. Porém, dessa vez os times estão em quatro grupos de cinco equipes, que curiosamente nenhuma delas se enfrentam. Os dois melhores de cada grupo classificam-se, o que aumenta as chances de quartas de final entre gigantes e, quem sabe, final com times do interior, porque não.

Por ter garantido a classificação à Série A de 2014 bem cedo, em meados de outubro, o Palmeiras larga na frente dos demais. Começou a pré-temporada alguns dias antes e estará mais inteiro para o seu Centenário. Além disso, já anunciou algumas contratações como os atacantes Diogo (ex Portuguesa) e Rodolfo, e também tem tudo adiantado com o zagueiro Lúcio.

O Santos também é forte candidato. Talvez o maior de todos, pela qualidade do elenco. Nomes como Montillo, Cícero (se continuar) e Thiago Ribeiro, somados ao contratado Leandro Damião e à possível vinda de Vargas, aquecerão o clima na Vila Belmiro, que tem sido quente nos primeiros dias de Verão.

Iniciando um processo de reformulação após ganhar tudo nos últimos anos, o Corinthians é um incógnita para esta temporada. Ao mesmo tempo que a chegada de Mano Menezes pode trazer força para o clube, a saída do multicampeão Tite pode forçar Mano a ter bons resultados logo. A base até o momento é a mesma de 2013.

A expectativa dos alvinegros é que o novo (antigo) técnico injete ânimo nos jogadores e conquiste um título de expressão, após um ano de vitórias (Paulista e Recopa), mas com pouca pompa se comparado aos anos de 2011 e 2012.

Quem deve ter o ano mais difícil é o São Paulo. O clube teve na última temporada o pior ano de sua história recente e,talvez, de todos seus quase 80 anos. Muricy Ramalho terá que trabalhar muito para conseguir algo que não seja apenas manter o time na primeira divisão nacional ou classificar-se para a Libertadores.

O torcedor, que vê até agora apenas um ótimo reforço, o de Luis Ricardo, e uma saída, a de Aloísio num verdadeiro negócio da China, não pode esperar grande coisa do atual elenco. Espero que minha tese de que em 2013 eles apanharam o suficiente para estarem maduros em 2014, seja bem sucedida.

No entanto, como os holofotes estão todos virados para a eleição de abril, que finaliza o ciclo vencedor/perdedor de Juvenal Juvêncio, as chances de título para o Tricolor Paulista se torna algo muito distante.