Sabias foram as palavras de Andrés Sanches, não sei ao certo em qual ano, mas acredito que em 2011, de que "participando todo ano, uma hora o Corinthians será campeão da Libertadores". Parece até que o ex-presidente do Timão sabia que, cedo ou tarde, isso iria acontecer.
O grande segredo do clube para garantir esse título foi manter a base campeã de 2011. O clube não trouxe nenhum nome de peso, como muitos imaginavam. A melhor atitude que tomou, aliás, foi de mandar embora o peso morto chamado Adriano. Isso valeu mais do que qualquer contratação.
Aos poucos a equipe de EmpaTite (assim que os torcedores chamavam) foi pegando cara durante a temporada. Os jogadores foram se achando e o time foi sendo montado naturalmente. Mesmo sem um 9, que neste caso seria Liédson, o Corinthians se encontrou com um time sem craques, mas com muita entrega. Nome como o de Danilo, muito criticado no começo de 2011 pela torcida, foi essencial para a conquista. A segunda na carreira do meia.
Assim, com uma campanha perfeita, onde venceu 8 jogos e empatou 6, o Corinthians entrou para o seleto grupo de times brasileiros campeões da Libertadores. Juntou-se a Vasco, Palmeiras e Flamengo, todos com um título cada, que acompanhados de Internacional, Grêmio e Cruzeiro, com dois títulos, e São Paulo e Santos, tricampeões da América, formam a verdadeira elite do nosso futebol.
A campanha do Alvinegro foi uma das melhores dos últimos 10 anos, com 71,45% de aproveitamento, ficando atrás apenas do São Paulo, campeão de 2005, que teve 73,80% e do Boca Juniors, campeão de 2003, com invejáveis 76,91%.
Alguns momentos são destacáveis, que eu gostaria de deixá-los registrados neste texto. Esquecendo um pouco a fase de grupos, que não serve de parâmetro, durante o mata-mata o Timão adotou sempre a mesma postura até um título. Passou por todos os adversários empatando (geralmente fora de casa) e vencendo, 75% das vezes em casa. A única exceção foi no duelo contra o Peixe em que inverteu-se os resultados.
Contra o Emelec, na volta das oitavas-de-final, após abrir a porteira o Corinthians aumentou o placar: resultado final, 3x0. No duelo seguinte contra o Vasco da Gama, um dos momentos que foram marcantes para o time. No jogo de volta., após o 0x0 da partida de ida, tudo caminhava para decisão por pênaltis.
A história poderia ser mudada por um jogador, que em outras circunstâncias dificilmente faria o que fez: Diego Souza, faltando cerca de 15 a 20 minutos para o término da partida, perdeu um gol histórico. Cara a cara com o goleiro Cássio, o meia vascaíno chutou mal, para a ótima defesa do porteiro do Timão. Poucos minutos do fim, Paulinho fez de cabeça o gol da classificação, levando o Pacaembu ao delírio.
No duelo seguinte, digno de final de campeonato, o Corinthians enfrentaria o Santos em sua pior fase dos últimos anos. No jogo de ida, o atacante Émerson mostrou ter estrela. Fez um belíssimo gol no primeiro tempo, que aumentou muito as chances do Timão se classificar. Na volta, o Santos saiu na frente, tomou o empate com Danilo e não soube reagir. 1x1 que classificou o time da capital.
Na decisão, nada menos que o "Rei de Copas" Boca Juniors, 6 vezes campeão da Libertadores. No primeiro jogo não precisei de mais de 25 minutos para perceber a fragilidade do time argentino. Apenas dois jogadores eram acima da média: o camisa 11 Walter Erviti e o legendário Juan Roman Riquelme. De resto, um time de medíocre para fraco.
Já no jogo de ida acredito que o título se decidiu com uma estrela chamada Romarinho. O jovem atacante fez sua estreia em Libertadores no fim da partida, quando o Boca vencia por 1x0. Ao fazer o gol de empate e calar a Bombonera, o Corinthians praticamente colocou a mão na taça.
O time argentino saberia jogar muito bem em São Paulo se tivesse a vantagem mínima. Porém, precisando de uma vitória para ser campeão, o estilo de jogo do Corinthians foi mais bem sucedido. Com dois gols de Emerson em duas jogadas de MUITO oportunismo, o Corinthians se sagrou pela primeira vez em sua história campeão da Copa Libertadores, depois de 53 anos de espera.
Agora é esperar o mundial e ver o que o time paulista terá pela frente. O provável adversário da final será o Chelsea, de técnico novo, atacante novo, ou seja, sem a base campeã da Champions League. Boa (boa?) sorte ao clube de Parque São Jorge.
terça-feira, 10 de julho de 2012
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