Santos e Barcelona fizeram neste último domingo a final do Mundial de Clubes 2011 da FIFA. Antes do jogo, cheguei a dizer que seria o grande duelo da história de mundiais neste século. Ledo engano.
O que se viu em Yokohama, no Japão, foi a apresentação de um time histórico, que provavelmente será lembrado daqui 10, 20 anos como um dos cinco maiores times de todos os tempos: o Barcelona de Pepe Guardiola, Xavi, Iniesta, Puyol e, do craque, Lionel Messi.
4x0 foi o placar, com gols de Messi (2), Xavi e Cesc Fabregas. Porém, se terminasse 6 ou 7 a 0 para o time catalão, não espantaria ninguém pelo o que se viu em campo.
O adversário classificado para a final, o Santos de Neymar, incrivelmente não entrou em campo. Curiosamente, criou a mesma resistência que o Al Sadd havia proporcionado ao Barça na semifinal.
Com algum tempinho para entender o jogo, qualquer espectador percebeu em 15 minutos que, se o Santos não mudasse sua postura, seria engolido pelo time espanhol. E foi exatamente isso que aconteceu.
Criticar Muricy Ramalho após a final é muito fácil. Mas não me entra na cabeça ter três zagueiros (esquema pouquíssimo utilizado em 2011), para enfrentar um time que não tem atacante.
O próprio técnico santista falou após o jogo que o esquema do Barcelona seria motivo de piada no Brasil: 3-7-0. Mas se o adversário tem 7 no meio, pra que três zagueiros? O time brasileiro tinha um verdadeiro buraco no meio de campo.
Messi encontrou tanta facilidade quanto encontra em jogos contra equipes pequenas da Espanha. Deitou e rolou.
Após abrir 3x0 no primeiro tempo, o Barcelona teve certa piedade com o time da Vila Belmiro. Tirou o pé, mesmo obrigando Rafael a trabalhar muito.
Não posso deixar de citar aqui a frase de Sócrates Brasileiro. "A derrota ensina. A vitória nos emburrece". Perder, do jeito que o Santos perdeu, foi bom para o país.
Bom para abrir os olhos de todos. Para percebermos que aqui só temos craques sem tática alguma. Não existe disciplina. Não existe respeito com futebol, clube e torcida.
Muita coisa precisa mudar, porque desde 2002 o Brasil parou no tempo. Venceu uma Copa com a Família Scolari e, de lá pra cá, viramos o time favorito nas apostas, mas nunca no campo.
De 1970 a 1994 ficamos sem vencer o Mundial. Mas, ao menos naquela época, o Brasil tinha Seleções que deram gosto (1982, 1986). Vencer o Mundial de 1994 graças a Romário e 2002 graças a Rivaldo e Ronaldo, nos deram a sensação de superioridade, que só nos engana.
Parabéns ao Barça, por mostrar que é na base que fazemos grandes jogadores. Parabéns também ao Santos, por ter chegado na final. Mas não lhes parabenizo pelo futebol jogado, que foi um tanto quanto medroso, pra não dizer vergonhoso!
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