terça-feira, 29 de março de 2011

Raí x Cafu: Esclarecimento e ignorância após um "simples" jogo na Chechênia


ILUSTRANDO O TEMA
No começo deste mês de março alguns jogadores brasileiros do grupo campeão Mundial de 1994 foram convidados a participar de um jogo amistoso na Chechênia, contra o time do presidente/ditador do país que busca sua independência, Ramzan Kadyrov.

A grana para cada um era tão boa (os números não foram divulgados), que o ex-atacante Romário viajou com o grupo, em plena semana de Carnaval. Você consegue imaginar algo suficientemente importante para o Baixinho perder sua farra? É, o ditador conseguiu.

A POLÊMICA
Uma semana após o jogo realizado, o ex-jogador Raí, um sujeito que demonstra ser muito inteligente e esclarecido, publicou uma carta e o resumiu a ópera como "uma imbecilidade".

Segundo Raí, ele participou de um evento "escancaradamente político, populista, em um contexto desconhecido, sem saber das possíveis consequências e intenções".

Na nota o ex-atleta acrescenta ainda que ouviu também de ONGs que "acusam o governo de violação dos direitos humanos. Pelo que vi por lá, não me surpreenderia. Mas é muito difícil avaliar em um lugar tão traumatizado e ainda em extremo estado de alerta".

"Havia fotos gigantes dos homens que estão no poder, pouquíssima gente na rua. Algo muito estranho pra mim. Só depois, fiquei sabendo pela intérprete russa que 98% da cidade havia sido destruída durante a guerra. Imaginem as lembranças daquelas batalhas ainda vivas por ali".

No fim, Raí deixa claro o que pensa do evento, após ter participado dele com poucas informações "Placar à parte, desta imbecilidade (assim que me senti) cometida, ficam duas grandes lições: acompanharei de perto o processo político na Rússia/Chechênia; e estarei muito mais alerta a esses possíveis deslizes de avaliação (mesmo já sendo e tendo uma equipe muito criteriosa). Posso dizer que essa experiência serviu, ao menos, como um importante aprendizado".

A DESINFORMAÇÃO
No programa "Bem, Amigos" desta segunda-feira, o jornalista Renato Maurício Prado questionou Cafu a respeito do ocorrido e comentou a declaração de Raí, se referindo ao evento como uma "imbecilidade".

Cafu começou respondendo que não havia lido a carta de Raí, mas que achou a atitude infeliz do amigo, por quem dizia ter muito respeito, mas que não concordava com a opinão. O ex-lateral afirmou que eles sabiam do que se tratava o evento.

Mas como você pode discordar de uma pessoa, sem ao menos ler o que ela falou? Só de ouvir falar! O apresentador, Luis Roberto, muito paciente ainda tentou explicar a situação, do regime violento e desumano, mas Cafu manteve a opinião.

"Fomos inaugurar um estádio e ponto final. Qual é o problema do cara que manda no país jogar com a gente? Se ele é um ditador ou se é gente boa não é problema nosso. Isso é um problema dele com o país dele".

O problema é que o cara é um ditador, desumano, não respeita leis... Imagina Leônidas num futebolzinho com Franco, Mussolini ou Hitler? Bacana, ein! Após essa pergunta burra de Cafu e minha resposta para ela, chego no ponto que interessa.

Como a grande maioria dos jogadores são ignorantes e mal informados. Após viver anos na Europa, alguns voltam com a visão diferenciada, mas no caso de Cafu parece que não serviu de nada.

Para piorar, primeiramente ele quis comparar com o "Jogo da Paz" no Haiti. Prontamente rebatido por Luis Roberto, dizendo que há uma enorme diferença. Mas, na cabeça de Cafu, é tudo a mesma coisa.

O Capitão do Penta ainda tentou mostrar conhecimento, dizendo que se fosse convidado para jogar bola no Líbano (confundiu com a Líbia), ele com certeza não iria. Ou seja, com a guerra rolando, aí não rola né, capitão!

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