sexta-feira, 15 de março de 2013

São Paulo perde em Avellaneda e fraquezas do time ficam expostas

Para começar a analisar o jogo de ontem, vitória do Arsenal por 2 a 1 sobre o São Paulo em Sarandí, Avellaneda (Argentina), vou lá atrás no mês de janeiro.

Quando o São Paulo jogou em La Paz, pela partida de volta da 1ª fase da Taça Libertadores, tentaram argumentar que é normal um time perder na altitude. Concordo. É normal, por todas as dificuldades lá encontradas.

Mas o que me chamou a atenção naquele dia, quando o São Paulo foi derrotado por 4 a 3 pelo Bolívar, foi a forma como o resultado aconteceu. Uma virada. Quer dizer, virada não, uma virada história e vexatória.

Aí quem não acompanha pode perguntar. Ah, tomar viradas é algo comum no futebol. Ok, concordo. Mas como ocorreu, não. Um time que abre três gols de vantagem, ainda no primeiro tempo de jogo, não pode levar quatro gols em cerca de 50 minutos.

Naquele dia, classifiquei a derrota como "falta de atitude na altitude". Os gols marcados pelo Bolívar mostraram erros infantis no São Paulo. Coisas de colégio. Primário mesmo. Porém, como era o segundo jogo do ano, preferiu-se ocultar o problema, dando desculpas toscas.

Pois bem, nesta quinta-feira, 14 de março, o São Paulo mais uma vez fez tudo errado. E, quando digo São Paulo num todo, podemos dizer que é o comandante quem faz as escolhas, certo? Então, melhor dizendo, o técnico Ney Franco fez tudo errado.

Minha primeira crítica ao treinador é escalar um jogador que não tem a menor condição de jogar no São Paulo Futebol Clube e em nenhuma das outras 10 grandes equipes do Brasil (SCCP, SEP, SFC, CRF, CRVG, FFC, CAM, CEC, GFPA e SCI).

Este a quem me refiro é Douglas. Como lateral, ele é bem fraco, pois não sabe marcar e nem apoiar. Como ala direita, tão pouco. E, como ponta direita, nem se fala. É péssimo. Um dos piores do São Paulo nos últimos anos.

Passado isso, analiso a ideia de jogar no 3-5-2, que o próprio treinador não gosta. Analisadas as circunstâncias, onde um empate seria um resultado interessante, não vejo objeção. O São Paulo foi campeão da Libertadores e do Mundo em 2005 com esse sistema.

Ao ver a escalação, mesmo mantendo o ineficiente Douglas em campo, achei que era uma boa ideia. Porém, ficando a ressalva que em todos os jogos com a equipe titular no ano de 2013, em nenhum momento ele teve essa ideia. Assim, os jogadores dificilmente se adaptariam com naturalidade.

Passados 15 minutos de jogo onde a zaga estava perdidíssima, o São Paulo melhorou e equilibrou a partida. No segundo tempo, o time de Ney Franco cresceu no comecinho, ainda nesse esquema 3-5-2. O São Paulo era mais perigoso no ataque do que na primeira etapa, e a defesa estava equilibrada.

Porém, tudo foi por aguá abaixo quando o técnico resolveu mexer no time próximo dos dez minutos da etapa final. Por incrível que pareça, ele tirou o protegido Douglas. Para alegria geral da nação. Porém, o que me irrita é o motivo. Não foi sacado por qualidade (?) técnica, mas sim porque tinha um cartão amarelo.

Até aí, tudo bem. Era o que todo torcedor queria naquele momento. Mas, tirar o questionável Lucio (não está em boa fase) para colocar Ganso foi um tiro no pé.

O São Paulo ficou totalmente aberto. Exposição total da defesa, que sofre gol em quase todos os jogos. O ataque que já estava começando a criar bem, continuou a ter força com a entrada de Ganso e Maikon. Melhora no passe e na saída de bola.

Mas o problema é que, em um time que tem Cortez, Maikon, Ganso, Jadson, Osvaldo e Aloísio, todos ofensivos, quem vai marcar? Era meio óbvio que nesse esquema kamikaze, iria "dar merda, zero dois".

E deu. O São Paulo levou o primeiro gol em uma jogada de bola parada lançada do meio de campo. Não culpo quem fez a falta, porque não lembro quem foi. Mas no bate rebate, primeiro Edson Silva afastou mal, a bola rebateu mais outras vezes até Ortiz marcar, aos 21 minutos.

Seis minutos depois, o São Paulo deu o troco com Aloísio, que ao lado de Osvaldo formavam uma dupla muito perigosa. Alívio, alegria e a volta da esperança de vencer.

Aos 38, outra vez o Tricolor repetiu a fórmula. Bola para Osvaldo pela esquerda, e Aloísio na cara do gol. Dessa vez, quando poderia virar o placar, o Boi Bandido foi mal, não teve tesão pelo gol. Não digo que faltou vontade, mas que faltou acreditar.

Três minutos depois, o que Rogério já havia evitado diversas vezes no jogo, foi inevitável. Um gol de fora da área, após outro bate-rebate na defesa de pebolim são-paulina. Maikon afastou mal, Tolói também e gol de Braghieri, afundando o São Paulo e deixando o time argentino vivo.

Agora, o grupo 3 fica muito embolado na disputa pela segunda vaga. Já classificado com 12, o Atlético-MG pode ajudar ou atrapalhar Arsenal e São Paulo, pois enfrenta o primeiro em casa e o segundo fora. Ambos tem 4 pontos.

Já o Strongest, com 3 pontos, recebe o São Paulo em casa, no começo de abril. O estádio estará lotado, a altitude será a mesma encontrada em janeiro, porém resta a esperança ao torcedor tricolor de que a atitude nessa partida, seja diferente de tudo que foi visto até o momento. Até lá, só resta rezar e esperar.

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