quinta-feira, 16 de maio de 2013

As eliminações dos três paulistas na Libertadores 2013 em três atos

Em um espaço temporal de oito dias, os três clubes paulistanos que disputavam a Taça Libertadores foram eliminados nas oitavas de final da competição. Na quinta-feira passada deveria (teoricamente) escrever sobre o confronto Atlético-MG x São Paulo, mas por coincidência do destino, os outros paulistas também foram eliminados, por isso escrevo dos três hoje.

ATO I - "Lucio estupidamente expulso"
O São Paulo foi o primeiro entre os três clubes da capital a ser eliminado. Alguns fatores foram importantes para culminar na queda tricolor. Deixarei o que acredito ser o mais importante para o final.

Ao se classificar para as oitavas, na bacia das almas, o são-paulino no fundo já sabia que seria difícil passar para as quartas da competição, não só pelo adversário que enfrentaria, o melhor 1º colocado geral, mas também porque o time de Ney Franco não havia encontrado o futebol, em mais de três meses de temporada. Aliás, duvido que até o fim de 2013 ele encontrará, porque do jeito que as coisas andam...

Para azar do destino tricolor, Atlético-MG x São Paulo foi o duelo decidido em um espaço mais curto de tempo. Enquanto alguns times tiveram duas semanas entre seus jogos, Galo e Tricolor tiveram seis dias de intervalo entre o jogo no Morumbi e o duelo no Independência.

Pior do que isso, no meio desse duro confronto havia apenas uma semifinal de Paulista contra o arquirrival Corinthians. Simples, não? Uma eliminação (como de fato aconteceu) só pesaria negativamente na apresentação decisiva em Belo Horizonte.

Encerrando, o São Paulo foi derrotado com requintes de crueldade. Levou um 4 a 1, como aquele boxeador que enfrenta o seu adversário e bate nele até o final do duelo, pelo prazer de passar em cima do rival. Mas o confronto já havia sido decido antes, na partida de ida...

Isso mesmo. No Morumbi o São Paulo começou melhor, abriu o placar e teve ótimas chances de fazer 2 ou 3 no adversário. Não fez. E o que aconteceu? Lucio foi estupidamente expulso. Se tivesse que indicar um vilão, apontaria o zagueiro do penta como maior culpado. Dos 180 minutos do duelo, em 30 o Tricolor foi forte, melhor, muito superior, mas nos 150 restantes apenas apanhou, como o boxeador citado acima.

ATO II - Bruno toma um frango homérico
O Palmeiras trouxe do México um bom resultado na teoria, empate sem gols. Ouvi de um palmeirense a frase "já era, estamos classificados" após a partida em Tijuana. Ledo engano. Nada estava decidido, pois não levar gol em casa foi um grande trunfo mexicano.

No jogo de volta, no Pacaembu, a torcida Palmeirense preparou a festa e prometia empurrar o time à vitória, como havia feito nas três partidas da primeira fase em casa. Porém, não esperavam que o goleiro Bruno iria tomar um frango homérico. Inacreditável. Quem tirou os olhos da Tv por 5 segundos perdeu um lance bizarro ao vivo.

Em um chute fraco e sem força do atacante Reascos, Bruno fez o inacreditável e levou por debaixo das pernas. Ali, o torcedor sentiu que a vaca estava indo pro brejo. No segundo tempo, o pior aconteceu quando o Tijuana fez um golaço, de fora da área. 2 a 0 praticamente eliminava o Palmeiras. E, dali pra frente, o Pacaembu se calou.

O Palmeiras ainda diminuiria com um gol de pênalti cobrado por Souza. Penalidade essa que sou convicto em dizer, não aconteceu. A esperança era verde, até que a arbitragem anulou um gol legal palestrino, que empataria a partida. Daí para frente, foi só esperar o jogo acabar para decretar a segunda eliminação paulista no torneio.

ATO III - Um "assalto a mão armada" de Carlos Amarilla
Após perder por 1 a 0 na partida de ida, no Estádio La Bombonera, em Buenos Aires, o Timão precisava vencer o Boca por dois gols de diferença sem, principalmente, sofrer gols. O Boca ia melhor no primeiro tempo, mas contou com uma grande ajuda do árbitro Carlos Amarilla.

Primeiramente, Amarilla não marcou um pênalti claro quando o jogador do Boca enfiou a mão na bola. Além do penal (não marcado) o juiz teria que expulsar o jogador argentino, o que facilitaria muito a vida corintiana. Minutos depois, Romarinho fez um gol legal após rebote do goleiro Orión. Porém, o bandeirinha viu impedimento totalmente inexistente.

O que poderia ser interpretado como um equívoco de um árbitro e de um bandeira ficou pior quando Juan Román Riquelme da lateral fez um gol épico em Cássio. Sinceramente, ninguém imaginaria que o camisa 10 do Boca colocaria a bola lá, no ângulo.

O jogo voltou do intervalo e o Timão precisava fazer três gols para se classificar. Danilo teve a primeira chance com 1 minuto, mas Orión fez defesa milagrosa. Poucos minutos depois, Paulinho fez o gol de empate. Faltavam mais de 40 minutos para o término do jogo.

Porém, a bola não entrou. Quando foi para o fundo das rede, o trio de arbitragem anulou muito bem o que seria o segundo gol de Paulinho. Na Tv, a "torcida" da Rede Globo jurou que havia sido marcado impedimento, quando na verdade o camisa 8 do Timão havia cometido uma clara falta no goleiro rival, colocando o cotovelo em seu peito.

Pato teve chance de virar, mas errou o chute de maneira bizarra. Conseguiu "chutar" a bola no próprio pé que havia "arrematado" a gol, e ainda atrapalhou Guerrero, que estava muito melhor colocado Um lance. difícil de imaginar de tão incomum. Émerson Sheik cairia na área mais uma vez, como sempre faz em todos os jogos, mas o árbitro também não marcou.

Fim de jogo, a torcida demonstrou apoio, os jogadores reclamaram e técnico-cínico Tite apenas olhou no fundo do árbitro Carlos Amarilla, mostrando sua insatisfação. O mais fanático corintiano enxergou o jogo como um assalto a mão armada. O mais fanático rival ironizou o time derrotado dizendo que seria essa "a primeira vez que Time do Povo foi atrapalhado pela arbitragem em seus 103 anos de história".

RESUMO
O futebol é um esporte apaixonante por isso. Um ato infeliz de um árbitro, jogador, técnico ou até torcedor, pode mudar todo a história de um campeonato. O Tricolor foi eliminado só por uma atitude infeliz do seu zagueiro? O Verdão caiu apenas porque Bruno errou feio? E o Timão perdeu a chance de ser bi simplesmente porque o árbitro errou em dois lances capitais quando jogo estava 0 a 0? Perguntas que eu prefiro deixar sem resposta, pois a história está escrita. Não adianta chorar!

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